A prisão do policial, lotado na Delegacia de Defesa do Consumidor (Decon), ocorreu na sexta-feira passada, em cumprimento a um mandado de prisão temporária.
Nesta terça (27), o secretário da Segurança Pública (SSP), Maurício Barbosa, apresentou o resultado das investigações, que culminaram na identificação de Cleber como autor do crime. O acusado, que está preso na Corregedoria da Polícia Civil, não foi apresentado, mas teve sua foto divulgada.
Cleber foi identificado através de perícia do Departamento de Polícia Técnica (DPT) com dois projéteis encontrados na cena do crime. Os exames, segundo Barbosa, apontam um índice de 99,9% de chance de que as balas que atingiram Sílvio saíram da pistola .40 do investigador. A arma é de uso exclusivo das polícias Civil e Militar.
Os peritos chegaram ao resultado utilizando o Sistema de Identificação Balística (Ibis), um banco de dados capaz de correlacionar crimes a partir de análises das imagens de projéteis. De acordo com Barbosa, serão investidos R$ 3 milhões no sistema para que, até o final de 2013, todas as armas dos policiais da Bahia estejam registradas no Ibis.
Com o uso da tecnologia, a gente encontrou relação entre os projéteis e a arma. Além disso, os álibis e testemunhas do acusado não confirmaram a versão dele, de que não estava na cena do crime. O investigador confirmou que a arma estava sob sua responsabilidade”, disse Barbosa.
Crime Banal
Segundo testemunhas, Silvio foi morto, com dois tiros, por um homem que estava em um Palio depois que bateu com sua moto no retrovisor do carro. "Um crime grave e cometido por uma banalidade. A nossa intenção é fazer com que condutas repugnantes como essas sejam apuradas e rapidamente elucidadas”, emendou o titular da SSP.
A viúva do empresário, Sofia Teixeira, disse que sente-se mais "tranquila” com as respostas ao caso. "A polícia é competente e tem agido com lisura e cuidado. Agradeço à delegada (Clelba Regina) que está a frente do caso e à SSP”.
No último final de semana, amigos e familiares da vítima espalharam 20 outdoors pela cidade com a seguinte mensagem: "Execução no trânsito. Carro placa fria. Pistola .40. Chega de violência”.
Segundo o secretário, a apresentação não tem relação com as placas. "A prisão ocorreu na sexta-feira, antes que as placas aparecessem. A pressão faz parte e a gente sabe conviver com isso”, destacou.
Barbosa acrescentou que as investigações continuam. "Queremos identificar a quem pertencia o carro e se havia alguém junto com o investigador”, explicou. Ainda de acordo com o secretário, o investigador não tem histórico de participação em outros crimes. "Só temos conhecimento de distúrbios familiares”.
Na Decon, apenas uma colega, em anonimato, quis falar sobre o acusado: "Não tenho do que me queixar. Sempre se deu bem com todo mundo”.
Para o delegado geral da Polícia Civil, Hélio Jorge Paixão, a participação de policiais em ações delituosas é o "o pior dos crimes”. "Não vamos permitir a participação de nossos integrantes em ações criminosas. Vamos usar todas as ferramentas para reprimir ou inibir”, concluiu.
