Era
pra ser um domingo de festa. Queria estar aqui escrevendo somente sobre a festa
da Nação Tricolor, que mais uma vez mostrou sua força e bateu o recorde de
público da Arena Fonte Nova, no Brasileirão. E foi uma festa linda, com direito
até os aplausos acalorados e merecidos a Nelson Mandela. Mas do sul, vieram as
notícias deploráveis que tiraram até meu tesão em escrever...O Bahia encerrava seu ano esportivo, sofrível, mas
com uma esperança de mudar alguma coisa no último jogo. Afinal, mesmo com um
time que joga com até 6 volantes e que só tem uma jogada (chutão da zaga,
raspada de cabeça de Fernandão e rezar pra Barbio ou Marquinhos pegarem a
bola), o time poderia encerrar o ano com uma colocação até aceitável, em 9º
colocado. A Torcida, sexta maior em presença nos estádios do Brasileirão,
fez a sua parte. Aplaudiu muito a entrada dos jogadores, cantou alto o hino
nacional e tentava levar o time pra frente. Mas o Bahia começou o jogo com uma
preguiça absurda. Uma displicência sem tamanho. O Fluminense, desesperado, ia
pra frente e era melhor no jogo, mas parava na zaga Tricolor.Até que a apatia
do campo contaminou a Torcida, e essa parou de vibrar por uns instantes. Aí
surge a mística dessa Nação. A Torcida começou a cantar o famoso "Bahia é minha
vida, Bahia é meu orgulho, Bahia é meu amor!”. Começou baixinho e foi
aumentando o volume. Peguei o celular pra filmar a Torcida e... Marquinhos saiu
catando ficha e tocou pra Barbio fazer a Fonte Nova explodir. Festa do Bahia!
Mas logo depois veio a primeira tristeza. Titi se machuca e o Cristóvão desarma
o meio de campo, que estava funcionando, pra fazer mais um improviso. Fahel
vira zagueiro pra Feijão entrar no meio. Fim do primeiro tempo e a Torcida
aplaudindo sua equipe. Veio a segunda etapa e tudo errado. O rebaixado
Fluminense veio pra o desespero, como era de se esperar. O Bahia jogava com uma
máscara, como se estivesse dando uns 3x0. Três toquinhos de calcanhar de Rafael
Miranda, um deles acabou um grande lance na entrada da área. Fernandão dando
tabaca em zagueiro. Talisca passou a se achar Messi e começou a inventar em
lances simples. Errou tudo. Passes, cruzamentos, escanteios, faltas... não
acertou nada. Até pegou a bola do jogo, no bico da grande área, mas se entortou
tanto pra chutar que colocou pra fora. Eis que se deu a lógica. Gol dos
rebaixados. Ao invés do nosso treinador tentar mudar a história da partida e
partir pra vencer de uma vez, ele novamente tirou um atacante pra colocar um
volante, para "compor o meio”. Ô ódio que eu tomei dessa expressão... Diones
entra em campo sob uma vaia uníssona e correta. Na coletiva, Cristóvão
justificou que perdemos o jogo porque jogamos contra uma equipe
qualificada. Será que ninguém avisou ele que o Fluminense entrou em campo rebaixado?
E que estava jogando em casa, com a Torcida lotando o estádio como ele pediu? Barbio sai na maca
e ele coloca o sem-ritmo Wangler. Resultado: o Bahia morreu em campo. O técnico
conseguiu piorar o time que já estava ruim e o castigo veio na cabeçada
certeira dos caras. Aí foi só rezar pra não tomar goleada do
qualificado-rebaixado. Bora Baêa Minha
Porra! O Bahia conseguiu perder 5
posições na tabela em apenas 45 minutos. Saímos de 9º e caímos para 14º. O que
poderia ser a melhor campanha do time, em pontos corridos, tornou-se a segunda
pior. Coroou um ano horroroso na história do Bahia, com direito a saída
prematura da Copa do Nordeste, com uma campanha ridícula no Campeonato Baiano,
com eliminação da Copa do Brasil para o Luverdense na Fonte Nova, com a saída
da Copa Sulamericana nos pênaltis e culminou na 14ª posição. Porém, também
foi o ano em que a Nação Tricolor acordou. Conseguimos a intervenção no time e
tiramos o presidente que quase ajudou o Bahia a subir e a conquistar o título
baiano do ano passado, é verdade. Mas também, por muito pouco, não acabou
administrativamente com o clube, com seus vergonhosos contratos escusos, mais
de 100 jogadores contratados em 2 anos, vagabundagens na lista de funcionários,
jornalistas recebendo jabás oficiais, dentre outros absurdos. Votamos para
presidente e elegemos uma nova diretoria. Que teve pouco tempo pra trabalhar
nesse Brasileirão, mas terá a obrigação de nos apresentar resultados no ano que
vem. Por hoje, mais vaias para Cristóvão e
seus comandados que deverão ser dispensados. E, como sempre, aplausos a Nação
Tricolor. Um exemplo que deveria ser seguido pelos vândalos disfarçados de
torcedores que melaram a última rodada do Brasileirão, em Joinvile... Em suma, foi um ano com alguns altos e muitos
baixos para o Bahia. Parabéns ao Cruzeiro e aos 3 classificados para a
Libertadores. Aos que se frustraram, por mais uma vez não conseguir conhecer a
maior competição das Américas, deixo uma mensagem de inventivo: NUNCA SERÃO! NUNCA SERÃO!!! : )
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