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10:13 AM
BRASIL PERDE MILHÕES DE REAIS COM CRIMES CIBERNÉTICOS
Com o espaço cibernético, todos os tipos de informações passaram a ser
acessadas e compartilhadas em tempo real e em alta velocidade. Por um
lado, a rede proporcionou avanços inestimáveis, mas no âmbito criminal, o
advento da internet trouxe problemas. Desvios de dinheiro em sites de
bancos, interrupção de serviços, invasão de e-mails, troca e divulgação
de material de pornografia infantil são apenas alguns exemplos de crimes
que não precisam mais ser executados na calada da noite. Tudo pode ser
feito a qualquer hora, de qualquer lugar do planeta. Basta um computador
conectado à internet.
De 1995 até hoje, quando o acesso à internet passou a comercializado no
país, os crimes via rede mudaram de escala e de volume, porém o dinheiro
ainda é o principal atrativo para os criminosos. Um estudo divulgado,
no mês passado, pela Norton da Symantec, aponta que os prejuízos com
crimes cibernéticos somaram R$ 15,9 bilhões no Brasil no último ano.
Especializada em segurança de computadores e proteção de dados e
software, a empresa ouviu 13 mil adultos, com idade entre 18 e 64 anos,
em 24 países, sendo 546 brasileiros entrevistados. De acordo com o
estudo, calcula-se que 28,3 milhões de pessoas no Brasil foram vítimas
de algum tipo de crime cibernético. Cada um teve prejuízo médio de R$
562.O montante aferido pela empresa é mais de dez vezes superior ao
prejuízo de R$ 1,5 bilhão registrado pela Federação Brasileira de Bancos
(Febraban) em 2011 com esses crimes, com crescimento de 60% em relação
às fraudes em serviços bancários via internet e celular, em transações
de call center, cartões de crédito e de débito registradas em 2010. Do
total, R$ 900 milhões foram perdidos em golpes pelo telefone e em
pagamentos com cartão de débito e de crédito usados presencialmente. As
fraudes na internet e no mobile banking, ações praticadas por hackers,
custaram R$ 300 milhões. Para os golpes com uso de cartões de crédito
pela internet, estima-se o mesmo valor (cerca de R$ 300 milhões). A
entidade calcula que as perdas com esses tipos de crimes chegaram a R$
816 milhões somente nos sete primeiros meses de 2012. A Polícia Federal
(PF) está de olho no que acontece na internet. Desde 2003, a PF tem uma
unidade que cuida da repressão aos crimes cibernéticos. Pensando nos
grandes eventos que o país vai sediar, como a Copa do Mundo e as
Olimpíadas, ganhou força este ano com a criação de um centro de
segurança cibernética.
De acordo com o delegado responsável, Carlos Eduardo Miguel Sobral, o
desafio da PF é combater ataques que podem levar a um apagão de acesso à
rede mundial de computadores no país. O Brasil não tem histórico de
ataques por quadrilhas estrangeiras. Por aqui, os criminosos, em geral,
são de classe média alta e têm entre 25 e 35 anos. "Nós temos essa
característica de só sofrer ataques de quadrilhas internas, mas quando
você tem um grande evento esse cenário pode mudar. Esperamos que não
aconteça, mas não podemos deixar de nos preparar para isso,” explicou
Sobral, acrescentando que o Brasil integra todas as redes de cooperação e
troca de experiências internacionais de investigação. "Não ficamos
atrás de ninguém. Estamos alinhados com outros países, como a
Inglaterra, o Japão e a Coreia, que detém a tecnologia nessa área,”
destacou. Em 2010, quatro operações da PF resultaram na prisão de 37
pessoas por fraudes cibernéticas . De 2011 a 2012, foram 12 ações com
140 prisões.