No mesmo dia, porém, o cheque foi devolvido ao próprio Maurício Carvalho, sendo
usado para pagamento do empréstimo da empresa Consultiva. Esta mesma empresa Consultiva, aponta a auditoria, aparece como beneficiária do
repasse de parte de uma dívida de crédito do Bahia com a empresa Protector
Segurança e Vigilância (de propriedade de Marcelo Guimarães, pai do
ex-presidente Marcelo Filho). A Protector fez um empréstimo ao Bahia de R$ 200 mil, no ano de 2000. Passados
13 anos, a dívida chegou ao valor de R$ 3,2 milhões, por conta dos juros anuais
2,5%, cobrados em cima do valor emprestado. O Bahia pagou parte dessa dívida com dois cheques. Um de R$ 1,5 milhão, emitido
ao portador, e outro de R$ 200 mil, que a auditoria não conseguiu identificar
quem foi o favorecido.
Outros cheques também foram emitidos em nome do Esporte Clube Bahia, sem que a
auditoria conseguisse identificar quais teriam sido os serviços prestados pelos
beneficiários.O auxiliar de escritório Fernando
Góes volta a aparecer como portador de um cheque de R$ 230 mil. Já o officeboy
do clube, Kleberton Teixeira, também recebeu um cheque de R$ 32 mil, sem que a
origem fosse detectada.
A auditoria localizou, ainda, pagamentos feitos no montante de R$ 178,7 mil
(alguns sem assinatura dos favorecidos). Todos os documentos deste valor foram
apresentados como sendo relativos ao empréstimo da empresa Consultiva. Silêncio - Marcelo Filho foi procurado pela reportagem, mas não respondeu às
chamadas telefônicas. Os demais funcionários citados foram buscados via
telefone, mas não retornaram às chamadas.
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