Eles conquistaram
oito títulos de Superliga - um deles defendendo a mesma camisa -, dividiram a
pressão na seleção brasileira em 2007, após o traumático corte do titular
Ricardinho, o quarto nos Jogos de Pequim e de lá para cá construíram uma sólida
relação de amizade e admiração. Companheiros no título do Unisul na temporada
2003/2004, do ouro no Pan do Rio e da prata nas Olimpíadas de 2008, Marcelinho
e Bruninho desta vez estarão em lados opostos. Nesta sexta-feira, às 21h30m, no
Maracanãzinho, na terceira e última partida da semifinal da Superliga
masculina, os levantadores e capitães de Rio de Janeiro e Minas Tênis Clube,
respectivamente, tentarão levar suas equipes à final da competição, contra o
Cruzeiro, dia 14, no mesmo local. O SporTV transmite o jogão ao vivo, e o
GLOBOESPORTE.COM acompanha em Tempo Real. Apesar de doze anos mais novo, Bruninho ostenta duas Superligas
a mais no currículo que o rival desta sexta-feira. Depois de vencer sua
primeira competição nacional como profissional como reserva do próprio
Marcelinho, pela Unisul, o levantador do Rio de Janeiro reconhece que deve
muito de seu protagonismo nas quatro conquistas com a camisa do Florianópolis
ao amigo e ex-companheiro.
- Aquela
polêmica em 2007 colocou uma pressão enorme sobre nós, mas também nos aproximou
muito. Ele por herdar a vaga do Ricardinho, e eu por ser convocado no meio
daquela briga toda. Em Pequim, ficamos no mesmo quarto, e lembro que acompanhei
o nascimento do filho dele. Jogamos juntos também na minha primeira Superliga
como profissional. Tinha um pouco de vergonha de ficar pedindo conselhos, mas
aprendi muito só olhando e observando ele nos treinos e nos jogos. É um cara
habilidoso, que sempre jogou muito bem com os centrais e que tem uma leitura de
jogo incrível. Como adversário, é um jogador muito difícil de ser batido -
afirmou Bruninho, de 26 anos.
Ciente do
excelente momento do adversário na competição, o levantador do Rio de Janeiro
não sabe explicar a motivo da apatia de sua equipe na derrota do último sábado,
em Minas, e acredita que só uma mudança de comportamento fará com que o melhor
time da fase de classificação confirme o favoritismo e se classifique para sua
primeira final.
- Sabemos que
entramos apáticos em quadra e sem a determinação de uma equipe que quer ser
campeã na segunda partida. Mas isso já passou. Agora é tudo ou nada. Às vezes é
bom tomar um tapa na cara para acordar e mudar a postura. Se quisermos vencer e
garantir uma vaga na final, temos que entrar em quadra com a faca nos dentes e
ir para cima dos caras - completou o jogador do time carioca.
Do outro lado da rede, porém, Minas
pretende a mesma receita para vencer e fazer uma final caseira contra o
Cruzeiro. Marcelinho, um dos melhores em quadra na vitória
do último sábado, retribui os elogios do amigo e afirma que não é hora
de inventar muita coisa.
- O Bruno é
uma pessoa maravilhosa, um jogador inteligente e que merece todo esse sucesso.
Sinceramente, não me vejo como um professor. Ele que soube assimilar algumas
informações e se tornou o principal levantador do Brasil. Temos características
de jogo um pouco diferentes, mas o mesmo espírito guerreiro em quadra.
Justamente o que faz a diferença nesses momentos. Num jogo como esse, o coração
e a vontade de vencer falam mais alto do que qualquer técnica e tática. Não é
hora de inventar nada, todo mundo se conhece - disse o ex-levantador da seleção
brasileira, de 38 anos. Fonte: Globo Esporte
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