Que os maiores times baianos são
times médios no cenário nacional, poucos ainda contestam. E por essa condição
de coadjuvantes, por vezes nem isso, que é crucial buscarmos referências. Os
torcedores mais engajados politicamente, por exemplo, buscaram na torcida do
Inter um exemplo positivo de como agir para abrir o clube para os torcedores de
arquibancada.
Mas, e o futebol? Já que criar algo
revolucionário é difícil, portanto, raro, é importante buscarmos modelos que
deram certo e adaptá-los para a nossa realidade. Esse é um papel da direção do
clube, mas, como nós almejamos que os torcedores de arquibancada façam parte
das tomadas de decisões futuramente, será que estamos com os termômetros bem
regulados?
Na atual e na última temporada
escutei muitos "Tal time está fazendo um belo campeonato, o que ele tem
que o Vitória/Bahia não tem?". O Coritiba já foi referência esse ano,
porém, hoje, se encontra na zona branca do Brasileirão, nem para mais nem para
menos. O Náutico, ano passado, serviu de modelo positivo para os clubes do
Nordeste, mas, em 2013, foi o primeiro a "conquistar" uma vaguinha
para a Série B.
Por outro lado, o Goiás, atual 5º
colocado, no primeiro turno, foi um modelo negativo. Assim como o São Paulo,
que, segundo alguns, só foi mal por conta de seríssimos problemas internos, que
causariam o histórico rebaixamento do time paulista, sanados, por coincidência
ou não, com as quedas do Ney e Autuori e a chegada do mago Murici(será que o
problema era estrutural e Murici, com um toque de Midas, resolveu tudo, ou o
problema estava em erros pontuais?).
Será que o imediatismo e a falta de
profundidade de visão não atrapalha na busca por boas referências? E, será que
a falta dessa visão macro e por conta dessa percepção distorcida da realidade
as cobranças, muitas vezes, são descabidas?
Muitos torcedores mudam de referência
como quem muda de canal na TV. E na mania e inquietação em zapear acabam
analisando um programa tomando por base metade dum quadro. Nem sempre a culpa
de não sermos ouvidos está em quem queremos que nos escute.
Hoje o Vitória é referência para os
demais clubes nordestinos, por conta da atual temporada, não tenham dúvidas.
Eles estão se perguntando o que o Vitória tem que eles não têm. Apesar de não
termos um modelo bem definido, o que é extremamente preocupante considerando o
médio-longo prazo.
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