Como não fez sua parte no Morumbi e perdeu de
virada por 2 a 1, na semana passada, o São Paulo vai ser obrigado a
desafiar a invencibilidade de um ano do Atlético-MG no Independência, às 22
horas (de Brasília) desta quarta-feira, para não cair nas oitavas de final da
Copa Libertadores e jogar por terra seu primeiro semestre.
Uma eventual eliminação seria a segunda seguida em
quatro dias. No domingo, o time foi derrotado pelo Corinthians nos pênaltis, em
casa, e parou na semifinal do Campeonato Paulista pelo sétimo ano consecutivo.
Para se reerguer no torneio sul-americano, terá que vencer por dois gols de
diferença ou com maior número de gols como visitante em Belo Horizonte.
A missão é complicada. Como brincam os atleticanos
sobre o bairro que abriga o estádio, "caiu no Horto, está morto". Lá,
a equipe mineira ainda não foi derrotada desde a reinauguração, acumulando
série de 25 vitórias e sete empates.
Para piorar, o técnico Ney Franco tem desfalques.
Pela expulsão no jogo de ida, a qual contribuiu para a derrota, o zagueiro
Lúcio cumpre suspensão e dá lugar a Edson Silva. No ataque, Osvaldo viajou com
o quadril dolorido e é dúvida. Aloísio poderia ser o substituto, porém se
recupera de lesão muscular. Assim, é provável a improvisação do lateral direito
Douglas.
O retorno de Luis
Fabiano depois de quatro jogos de suspensão na competição não necessariamente é
boa notícia. Ele e o meia Paulo Henrique Ganso desperdiçaram suas cobranças na
disputa de pênaltis com o Corinthians e deixaram o Morumbi abatidos, no fim de
semana. A pressão que recai sobre o centroavante é maior pela ausência anterior
em compromissos decisivos.
"Tem que estar preparado, assim como toda a
equipe. Há oportunidades para se reverter algumas situações. Ele é nosso
homem-gol. Se saiu frustrado no domingo, de repente, na quarta-feira, pode sair
com mais alegria, desequilibrando em nosso favor", opinou o treinador
são-paulino.
No Atlético, dono de números extremamente
favoráveis no palco do confronto desta quinta-feira, a tática é não se deitar
sobre a vantagem de poder até perder por 1 a 0. O zagueiro Réver afirma que ele
e seus companheiros entrarão em campo pensando somente em vencer a partida.
"Quem está pensando na vantagem são os
torcedores. Não vejo essa vantagem como ponto positivo. Pelo contrário, temos
de ter mais atenção ainda para não sermos surpreendidos pelo São Paulo. Foi bom
o primeiro jogo, mas temos que esquecê-lo", disse.
O meia-atacante Bernard concorda com o capitão, mas
entende que nos minutos finais a vantagem pode ser administrada. "Se for
para pensar em algum resultado que nos ajude, isso é faltando 10, 15 minutos,
temos que administrar. Antes, temos que pensar em fazer gol, porque temos poder
ofensivo muito grande", disse.
Como se não bastasse a condição favorável para
obter a classificação, o técnico Cuca conta com praticamente todo o elenco à
disposição. Ronaldinho Gaúcho, poupado na semifinal do Mineiro, retorna ao time
disposto. Ele formará a parte ofensiva com Tardelli, Bernard e Jô.
Fonte: Gazeta Esportiva