O amistoso entre Bolívia e Brasil, realizado no dia
6 de abril, proporcionou uma renda de R$ 1,087 milhão à Federação
Boliviana de Futebol (FBF). Na semana seguinte ao jogo, a entidade prometeu
doar cerca de R$ 42 mil (3,9%) à família de Kevin Beltrán Espada, mas
ainda não cumpriu.
"Até agora, não recebemos nada. Divulgaram o valor
que seria destinado à minha família dias depois do amistoso, mas ainda não nos
pagaram. Não é possível que eles prometam e não cumpram”, protestou Limbert
Beltrán, pai de Kevin, em entrevista à Gazeta Esportiva.net.
O garoto de 14 anos foi atingido de forma fatal por
um sinalizador disparado pela torcida do Corinthians no jogo com o San José,
pela Copa Libertadores, no dia 20 de fevereiro. Há um mês, Bolívia e Brasil se
enfrentaram em Santa Cruz de la Sierra em um amistoso que causou atrito entre
dirigentes dos dois países.
José Maria Marin, presidente da CBF, chegou a
anunciar que a renda seria destinada aos familiares de Kevin, mas recuou diante
do protesto de Carlos Chávez, mandatário da FBF, que recebeu a arrecadação. A
entidade ainda ficou com o poder de determinar a porcentagem a ser doada aos
parentes do garoto e aos campeões do Sul-americano de 1963.
Além de não ter efetuado o repasse, de acordo com
Limbert Beltrán a FBF nem sequer entrou em contato para tratar do assunto.
Inconformado, o próprio pai de Kevin telefonou para Alberto Lozada, secretário
executivo da entidade, há pouco mais de uma semana.
"Ele me tratou com frieza e falou: ‘foi você
que nunca nos procurou’. Eu disse que esperava, pelo menos, um telefonema para
oficializar a doação à minha família. Ele ficou de averiguar e eu disse que
ligaria de novo em breve, mas ele me interrompeu e falou que telefonaria
quando tivesse novidades. Até agora, nada”, contou Limbert.
Com o bom relacionamento com Marin mantido,
Chávez veio ao Brasil para comemorar os 81 anos do dirigente brasileiro,
completados na última segunda-feira e, de acordo com o site oficial da FBF,
retornaria à Bolívia na noite de terça. À GE.net, Alberto Lozada prometeu resolver o assunto após a chegada
do mandatário e procurou justificar a demora.
"As normas da FBF não permitem que a
entidade doe recursos econômicos a terceiros. Esse é o problema. Quando o
presidente retomar suas funções depois da viagem ao Brasil, vamos tratar desse
tema”, afirmou. Questionado se o repasse seria efetuado ainda no mês de
maio, Lozada não mostrou convicção: "eu acho que sim”. Fonte: Gazeta Esportiva
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